Palavra de ordem dentro das grandes empresas e no mercado financeiro, me arrisco a dizer que esse “conceito” pode ser estendido aos condomínios e o responsável direto pela sua implementação é o síndico. Digo mais, ele é o maior interessado em que um residencial administrado por ele tenha ESG como referência do seu trabalho.
Está boiando? Vem comigo, irei por partes.
Primeiro, o que é ESG? É uma trigla, uma palavra formada pelas letras iniciais de Environmental, Social e Governance ou, traduzindo, Meio Ambiente, Social e Governança.

Essa sigla apareceu num relatório da ONU de 2005, cuja tradução livre seria “Ganha quem se importa” e passou a ser visto como um conjunto de práticas e políticas empresariais executadas por empresas que se interessam e respeitam o meio ambiente, seus clientes e funcionários e boas condutas na sua administração.
São companhias que buscam formas de diminuir os efeitos danosos que podem produzir no meio ambiente; que idealizam um mundo mais justo e responsável para as pessoas e que entendem que as regras de compliance devem fazer parte da rotina administrativa.
Vistas com bons olhos pela sociedade, por óbvio o mercado financeiro passou a ver maior valor nessas organizações.
Ok, e os condomínios com isso?
Pois bem, muitos síndicos, seja por necessidade de diminuir as despesas dos empreendimentos que administram ou seja pela compreensão de que está nas suas mãos a construção de sociedades melhores, estão sempre em busca de fazer mais com menos, de minimizar riscos ambientais, de buscar eficiência nos seus processos e operações e de cuidar de todos os players e stakeholders do mercado condominial mitigando conflitos e pontos de tensão.
Vou mostrar alguns exemplos, para facilitar o entendimento do papel do síndico nesse processo.
Quando falamos das questões ambientais, o gestor condominial está sempre preocupado com a gestão de resíduos, inclusive fazendo campanhas de coleta de lixo reciclável e promovendo a economia circular quando incentiva a criação de grupos de desapego onde roupas e objetos em bom estado, que teriam a lixeira como seu fim, são vendidos ou trocados entre os moradores.
Também é o síndico que está sempre se atualizando e levando para o condomínio as opções de fontes de energia renováveis, visando a diminuição dos custos operacionais. Troca de lâmpadas normais por LED, instalação de placas para geração de energia solar nos telhados, sistema fotovoltáico e pontos de carregamento para carros elétricos, todas essas modernidades são, via de regra, levadas pelo síndico.
É ele quem determina que os prestadores de serviço deverão vir de empresas responsáveis, com nota fiscal, recolhimento de impostos e mão e obra registrada, inclusive solicita o pleno cumprimento das normas de segurança do trabalho.
Do mesmo modo, é o síndico que promove o bem estar dos colaboradores mantendo espaços para refeição e descanso adequados, oferecendo salários competitivos e treinamento para que as equipes possam desempenhar suas funções com dignidade e competência.
E finalmente, não podemos esquecer que o síndico está atento à proteção dos dados dos moradores e facilita a integração entre os condôminos quando promove encontros festivos como festas juninas ou chegada do papai noel ou ainda campanhas de ajuda à comunidade, como campanhas do agasalho, recolhimento de lacres das latinhas ou alimentos não perecíveis.
Chegamos enfim na questão da governança. O bom síndico é aquele que incansavelmente procura a transparência financeira em todos os seus atos; que está sempre prestando contas nas assembleias ou quando consultado; que mantém contratos e cotações à disposição dos condôminos. O correto síndico segue o que está no Regimento Interno, na Convenção, no Código Civil e respeita o papel dos conselheiros. Ele não acha nada, ele segue o que está na lei. Ele não privilegia nenhum morador. Não aceita bola das empresas e luta para que a categoria seja reconhecida pelas práticas anticorrupção.
Assim como as empresas tem sua valorização por práticas voltadas ao correto cumprimento do ESG, os condomínios também passam a valer mais no mercado quando possuem e apresentam os mesmos cuidados e compromissos com o meio ambiente, com a gestão dos clientes (condôminos, moradores e visitantes) e dos colaboradores e com a sua governança.
Já encontramos no mercado imobiliário condomínios com o selo verde como o Green Building e arquitetura Eco-friendly, que levam muitos desses conceitos como ordem do dia. Você tem alguma dúvida de que carregam um enorme valor agregado e que geram mais riqueza para seus proprietários e investidores?
Seu síndico é ou não ESG?
Fontes:
https://blog.nubank.com.br/esg-o-que-e
https://acsp.com.br/publicacao/s/esg-o-que-significa-e-qual-e-a-importancia-desse-conceito
imagem internet: https://www.iberdrola.com/compromisso-social/criterios-da-esg